terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

GENTE COMO A GENTE


Todos os publicanos e ‘pecadores’ estavam se reunindo para ouvi-lo. Mas os fariseus e os mestres da lei o criticavam: ‘Este homem recebe pecadores e come com eles’  -  Lucas 15:1-2

Ao final do capitulo 14, Jesus havia dito: “Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça”. E aqui, de fato, Lucas nos diz que alguns se reuniram para ouvir as palavras de Jesus. Era um grupo interessante, formado pelo que a nossa religiosidade chamaria de “grandes pecadores” e “pecadores comuns”.
Os grandes pecadores são os publicanos, pecadores conhecidos pela sua astúcia, desonestidade, roubo, traição. Eram pecadores tão conhecidos que seus testemunhos não eram válidos em tribunais por não serem dignos de confiança, e seu dinheiro não era aceito no templo por ser fruto de desonestidade. Já os pecadores comuns são os egoístas, os mentirosos, as prostitutas, os viciados…
Mas não podemos deixar de observar o terceiro grupo, o grupo que ao invés de se reunir para ouvir Jesus, se reuniu para criticá-lo. O grupo dos fariseus, da elite cultural, política e religiosa da nação de Israel. O grupo que conhecia as Escrituras, pena é que apenas conheciam, pois estavam longe de praticá-la. Como Jesus pode não apenas receber, mas comer com esse tipo de gente? – Eles se perguntavam.
Diante disso, temos duas opções: ecoar o grito condenatório dos fariseus, e questionar a atitude de Jesus, ou simplesmente perceber que “essa gente” nada mais é do que “gente como a gente”. Cansados, oprimidos, julgados, desmoralizados, pecadores completamente arrasados ao olhar para si mesmos. Pessoas que não mais aguentando olhar para dentro, resolveram olhar para o alto, não aguentando olhar para o “eu”, resolveram olhar para Ele!
A acusação feita contra Jesus deve ser motivo de grande consolo a todos nós que reconhecemos necessitar da Graça, pois essa acusação, a de “receber e comer com pecadores” reflete o coração do nosso Salvador. O assentar-se para comer naquela época, significava muito mais do que partilhar uma refeição, significava muito mais do que aceitar o convite para experimentar um novo tempero, ou uma nova receita… era na verdade um convite para partilhar uma vida. Ao Jesus receber e COMER com pecadores, Ele está dizendo: “Não aceito apenas seu convite para juntos partilharmos esse momento, mas aceito o convite para juntos partilharmos uma vida, um relacionamento.
Aquilo que causou tamanha indignação aos religiosos, a mim, pecador, causa alívio e grande alegria. Não apenas Ele me recebe, mas Ele deseja ter um relacionamento comigo, relacionamento que não tem prazo de validade, pois começando agora, se estende por toda eternidade.

Diego Bitencourt
Original: http://www.calvarycampo.com.br/gente-como-a-gente/

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